ZIREF

ADRA Está a Restaurar 35.17 hectares de Mangais no Distrito de Maganja da Costa, Província da Zambézia no Âmbtio do projecto ZIREF

Nesta primeira fase, está em curso o processo de replantio de 1.7 hecates de 1000 mudas de mangais na comunidade de Nanene, Posto Administrativo de Maganja-Sede, e espera-se que, até ao fim do projecto, 35.17 hectares de 19,600 mudas sejam restaurados. As principais espécies a ser replantadas são: Ceriops tagal, Bruguiera gymnorhiza, Heritiera littoralis e Avicennia marina.

Esta acção resulta do facto de que muitos estudos apontam para extinção do ecossistema florestal costeiro em Moçambique. E, alguns dos principais factores que concorrem para essa ameaça de extinção, segundo o Relatório de Governação Ambiental 2016, são: a) a expansão urbana; b) procura de lenha, carvão e estacas; c) contaminação dos estuários por resíduos líquidos; d) para além dos fenómenos naturais que por sua vez exercem um outro tipo de pressão sobre aqueles ecossistemas costeiros.
Segundo o ambientalista da ADRA Moçambique, Alexandre Fumo, foram identificadas quatro espécies de mangais nas localidades de Nanene e Comlene, na Maganja da Costa cuja maior parte são abatidas pelas comunidades locais para fins domésticos, “até aqui identificamos quatro espécies de plantas de mangais cujos nomes são: Ceriops tagal, Bruguiera gymnorhiza, Heritiera littoralis e Avicennia marina; nas áreas observadas, a espécie Avicennia marina foi a mais dominante. Vestígios mostram que as comunidades locais fazem o abate dessas plantas para fins domésticos tais como a exploração de estacas para construção

de casas, produção de lenha e carvão para consumo doméstico e venda, para além de uso medicinais.”

É neste contexto, que no âmbito do projecto Zambézia Inclusive and Resilient Food Security Project (ZIREF), em curso nos distritos de Maganja da Costa e Mocuba, a ADRA está a desenvolver um plano comunitário conjunto e participativo com vista a recuperação e gestão das árvores de mangais, através de sensibilização das comunidades, desencorajamento para o não abate e destruição das florestas dos mangais bem como o seu replantio.

A nossa principal prioridade neste momento é sensibilizar as comunidades e desencorajá-las a não fazerem abate de ecossistemas costeiros, bem como encorajá-las a fazer a sua restauração, pois o abate traz consequências e danos ambientais graves, para além de deixar as próprias comunidades cada vez mais propensas a inundações e mais vulneráveis às mudanças climáticas” sublinhou o técnico da ADRA.

Para Fumo, além de evidências de corte das plantas pelas comunidades foi possível observar a degradação natural do ecossistema. Esta degradação deve-se à acumulação de factores como mudanças hidrológicas, falta de conectividade e resiliência após a invasão antropogénica, ventos e chuvas mais intensas resultantes das mudanças climáticas, entre outros factores.
De acordo com o técnico, para esta intervenção da

ADRA, já foram efectuados encontros e simulações com oitenta líderes comunitários membros dos Comités de Gestão dos Recursos Naturais (CGRN ) e dos Comités de Redução de Riscos (CRR ); e de igual modo foram efectuadas reuniões com Directores de Serviço Distrital de Planeamento e Infra-estrutura (SDPI) bem como de Serviço Distrital de Actividades Econominas (SDAE) a nível .do Distrito de Maganja da Costa, os quais mostraram-se interessados com esta intervenção.

Entretanto o SDPI para além de se ter mostrado satisfeito pela inciativa de resuatauração, também deu a conhecer a escassez de recursos e meios alternativos como parte de factores que fazem com que o Governo não consiga levar a cabo essas actividades, “temos quatro funcionários que tratam de questões ambientais, no entanto não temos motas para eles poderem visitar o campo. Ademais não dispomos de meios alternativos que nos possam ajudar a proteger o mangal, isso pode incluir a introdução de fogões ecológicos e eficientes para reduzir a quantidade de lenha e carvão explorado pelas comunidades ou introduzir um programa de venda de créditos de carbono”, apontou Jamal Aberson, Director do SDPI da Maganja da Costa.

O projecto trienal ZIREF (2021 e 2024) conta com o financiamento do Canadian FoodGrains Bank e actualmente a ser implementado conjuntamente pela ADRA Moçambique em parceria com sua congérene ADRA Canadá.