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À luz das abordagens de Adaptação Baseada em Ecossistemas e Soluções Baseadas na Natureza, a equipa de implementação do Wilipihera está a integrar a agricultura de conservação para apoiar a adaptação das comunidades às mudanças climáticas.
A abordagem utilizada no projecto é a Escola na Machamba do Camponês (EMC). Trata-se de uma escola aberta, composta por 25 a 30 agricultores que se reúnem para aprender como melhorar a produção nas suas machambas. Com o apoio de técnicos de campo, os agricultores aprendem técnicas de agricultura de conservação, bem como a produção e utilização de compostos orgânicos.
As principais técnicas de agricultura de conservação que estão a ser aplicadas incluem: preparação do solo, cobertura morta, compostos orgânicos, gestão integrada de pragas e espaçamento durante a plantação. Está em curso a preparação para treinos sobre culturas consorciadas, a incluir nas culturas de verão, e mobilização mínima do solo. Estas técnicas são extremamente úteis no contexto das mudanças climáticas. Por exemplo, a técnica de cobertura morta permite que o solo conserve a humidade, reduzindo assim a elevada pressão sobre o uso da água.
Resultados alcançados:
À medida que o processo de colheita avança, parte das colheitas é destinada ao consumo e outra parte à venda.
O empenho e dedicação dos participantes no projecto enchem-nos de grande orgulho!
Amina António Braimo, de 31 anos, nasceu no distrito de Mogincual e é membro da Escola na Machamba do Camponês Ophavela Olipa. O seu agregado familiar é composto por oito membros. É mãe de quatro filhos e casada com um pescador.
A sua história de impacto centra-se na produção de cebolas. Tal como muitos outros beneficiários, Amina António Braimo está a participar num projecto de desenvolvimento pela primeira vez. No âmbito do projecto Wilipihera, Amina tem participado activamente nas actividades agrícolas realizadas desde Março na comunidade de Namiepe, no distrito de Mogincual.
"Quando começámos a trabalhar aqui no grupo, fomos informados
de que íamos produzir cebolas, tomates e couve. Eu tinha alguma
experiência no cultivo de tomates e couve, mas não tinha qualquer
experiência na produção de cebolas", explicou Amina.
Desde a infância, as cebolas eram um produto que a sua família
comprava no mercado para consumo. Para Amina, o projecto
Wilipihera foi a melhor oportunidade para aprender e adquirir
conhecimentos sobre o cultivo de cebolas, tanto para consumo
como para venda.
“Na EMC, aprendemos que as cebolas são produzidas da
seguinte forma:
a) O local onde a semente será semeada é preparado (alfobre);
b) Uma vez germinada e desenvolvida, é transplantada para uma cama (campo definitivo), que também deve ser preparada com antecedência;
c) A cama deve ser coberta com erva para evitar que o sol incida directamente sobre ela;
d) Deve ser sempre regada para garantir o seu desenvolvimento", explicou Amina.
Agora, Amina percebe que o cultivo de cebolas é muito mais fácil em comparação com outras culturas. Embora o processo de colheita ainda esteja em curso, o grupo dela conseguiu obter as seguintes quantidades:
Parte da colheita está a ser utilizada para consumo e a outra parte para venda. Com as vendas, o grupo conseguiu arrecadar:
O grupo também começou a fazer poupanças.
“A partir de agora, já não vou comprar cebolas no mercado para usar na minha cozinha. Por outro lado, estou a preparar-me para o cultivo de cebolas em grande escala, para que possa ter grandes quantidades tanto para a nutrição da minha família como para vender no mercado. As cebolas também têm um rendimento elevado”, revelou Amina, radiante.